Mês passado, de férias em uma cidade praiana, enquanto caminhava ao entardecer pela orla da praia, notei a existência de um projeto de dança e música organizado por uma instituição nacional.
Ao me aproximar, vi inúmeras crianças e adolescentes ao som de ritmos de funk e axé imitando o professor de dança que em um mini-palco que ali se instalara e fazia seus movimentos.
Comecei a prestar atenção nas letras das músicas tocadas e por espanto, notei que muitas daquelas letras trazia conteúdos explicitamente eróticos ou, no mínimo, altamente erotizados.
Indignada com a situação, procurei o coordenador do projeto e expus ali minhas preocupações. Ele concordou com os meus levantamentos e se comprometeu a conversar com o professor que ali estava tanto em relação aos movimentos de dança sensuais para crianças de pequena idade, quanto nas escolhas das músicas.
Sinceramente, não sei se as medidas prometidas pelo coordenador serão concretizadas, mas eu já fiquei feliz pelo fato dele ter me ouvido e por ao menos, eu ter tido a chance de apresentar o porquê de acreditar que uma instituição renomada como aquela que ele representava deveria ter mais cuidado com aquilo que repassava para as crianças com as quais eles tinham contato.
Eu acredito que ações pequenas podem fazer a diferença para que as nossas crianças tenham suas infâncias protegidas e livres de qualquer tipo de ensinamento sexual erótico precipitado. Pequenos gestos de alerta podem contribuir para o desenvolvimento infantil.
Letras de música objetificando a mulher ou erotizando as relações pessoais se proliferam pelos cantos da cidade, mas cabe a nós, fazer o possível para que, ao menos as crianças ao nosso redor, tenham o mínimo de contato com esse tipo de música.
Obviamente, a música apresenta um grande papel na infância, mas esta deve ser usada para a promoção das potencialidades pessoais, emocionais, psicológicas e por vezes para aumentar o conhecimento cultural da criança.
Quando as letras provenientes destas transmitirem qualquer tipo de conteúdo ofensivo ao seu bom desenvolvimento, esta deve ser abolida e fortemente denunciada. Seja você também um defensor da infância protegida e esteja atento para se posicionar a qualquer tipo de ameça contra nossas crianças!