No dia 18 de fevereiro deste ano (2017) faleceu Norma McCorvey, aos 69 anos, por problemas cardíacos, famosa por iconizar o caso Roe vs Wade, que levou a Suprema Corte Americana a legalizar o aborto nos Estados Unidos em 1973.

Norma era conhecida como “Jane Roe”, uma garota de 21 anos do Texas que, apesar de ter dado nome à liberação da causa abortista, nunca praticou um aborto.
Aos 21 anos, Norma já estava grávida do seu terceiro filho e já havia dado suas duas outras crianças para adoção. Na época, o aborto no Texas só era permitido caso a vida da mãe estivesse em risco com a gravidez.

Não disposta a passar por essa situação novamente e decidida a abortar, procurou uma clínica clandestina que fazia tais procedimentos, mas esta se encontrava fechada. Então, decidida a conseguir o aborto legal, inventou que havia sido estuprada, contatou um médico, dois advogados, assinou um termo de anonimato e entrou com a ação judicial para que pudesse abortar seu bebê.

Seu bebê nasceu antes que a sentença fosse publicada e foi dado à doação. Em janeiro de 1973 a sentença foi publicada e seus efeitos alcançaram todos os 50 Estados americanos. Seu caso é considerado emblemático nos EUA e marca o inicio da legalização do aborto e do financiamento público a clínicas abortistas.

Em 1987, Norma sai do anonimato e conta com detalhes sua trajetória pessoal e suas motivações. Em uma entrevista exclusiva para o “WorldNet Daily” McCorvey compartilhou sua história pessoal e declarou ter sido usada por advogados pró-abortistas, que usaram de sua história para a promoção do aborto no nível nacional. Revela que o único interesse de seus advogados era que através dela e da ação judicial interposta, a visão do aborto nos EUA e principalmente no Texas fosse mudada.

Norma nunca chegou a abortar, pelo contrário, passou a sua vida inteira tentando desfazer os efeitos que o sucesso do seu processo causou. Conforme sua biografia “I am Roe”, escrita por Andy Meisner, quase 20 anos após a decisão da Corte, Norma se converteu ao Cristianismo e se tornou uma porta-voz do movimento pró-vida.

Norma viveu seus últimos anos se dedicando exclusivamente para a promoção da vida e a valorização da vida do bebê, participando de inúmeros eventos, escrevendo livros, peticionando à Suprema Corte Americana para reverter o caso Roe VS Wade e até participando em documentários e vídeos.

Norma faleceu esse ano, mas seu legado permanece. Com ela aprendemos que um erro é sempre passível de ser reconhecido, que o amor de Deus é disponível a todos aqueles que se arrependem e que nunca é tarde para lutarmos por aquilo que de fato acreditamos.