Esses dias me assustei com a notícia de que na Islândia pessoas com síndrome de down não podem viver. Isso porque a notícia fala que nos últimos cinco anos, todos os bebês com a síndrome são abortados.
Logo depois, eu li uma notícia sobre a defesa de um médico britânico de que as mulheres deveriam poder abortar um bebê devido ao seu sexo. Absurdamente, para o professor Wendy Savage, o aborto baseado no sexo não seria discriminatório, afinal a discriminação só ocorre entre dois indivíduos vivos, e o feto, para ele, ainda não seria uma pessoa.
O argumento de Savage também se baseia na questão hedonista, ou seja, baseada no prazer e na felicidade. Para ele, a  mulher deve se sentir bem e à vontade com a gravidez, e se algo a incomoda para não levá-la para frente, ela deve ter o direito de matar o bebê.
Como contra-argumento, me lembro da frase da Madre Tereza que diz: ” É uma pobreza dizer que um bebê deve morrer para que você viva do jeito que quiser”.
Apesar do aborto eugênico ser ilegal ao redor do mundo (mesmo na Inglaterra, onde essas ideias estão sendo pregadas), este cruel procedimento parece estar ocorrendo mesmo não-amparado pelo ordenamento jurídico.
Um estudo de 2014 identificou que há 4.700 meninas a menos do que as estatísticas revelam na Inglaterra. No mundo, estima-se que há 200 milhões de meninas que foram abortadas por serem meninas.
A fala do professor leva a sério a pior esfera do argumento “meu corpo, minhas regras”, colocando o direito e o bem-estar das mulheres acima de todas as coisas, objetificando qualquer indivíduo que queira atrapalhar esse confortável estado.
Impedir que alguém viva na justificativa de uma doença mental, deficiência ou sexo é repudiante e contraria qualquer tipo de argumentação baseada na dignidade da pessoa humana e no direito inerente supremo à vida.
Não se pode impedir os mais básicos direitos de qualquer indivíduo nem tentar desqualificá-lo ou despersonalizá-lo com base nas suas características pessoais, mesmo que estas não sejam valorizadas pela sociedade atual. Ao fazê-lo, comete-se um erro grave e uma atrocidade contra toda a humanidade.